Motociclistas respondem por 95%
das lesões graves de ombro atendidas no HC
Número de casos no Instituto de
Ortopedia cresceu sete vezes em dez anos
Levantamento feito no
Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da USP, unidade ligada à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo,
mostra que o número de pacientes atendidos na unidade com lesão de plexo
braquial – desligamento dos nervos que saem da coluna e vão para os braços –
aumentou 600% nos últimos 10 anos. Em 2002, foram registrados 11 casos e, no ano
passado, foram 78.
Segundo o ortopedista
Marcelo Rosa de Rezende, esta é uma lesão extremamente complexa, com alto grau
de sequelas, caracterizada pela perda de movimentos e sensibilidade do membro
superior. “Em muitos casos, associa-se a dor crônica de difícil tratamento”,
afirma.
O estudo aponta ainda
que 95% dos pacientes com lesão de plexo braquial atendidos na instituição são
vítimas de acidentes motociclístico. A idade média destes lesionados caiu de 38
para 31 anos.
“Muitas situações
exigem a técnica de microcirúrgica, para reconstruir o maior número de nervos
lesados”, ressalta o especialista.
Em um acidente, não
há como evitar este tipo de lesão, pois ela independe do uso de equipamentos de
segurança. O mecanismo do trauma está ligado a um estiramento da cabeça em
relação ao ombro, o que leva ao esgarçamento dos nervos que vão para o membro
superior.
“Estes pacientes têm
sequelas importantes que comprometem as suas inserções no mercado de trabalho”,
finaliza o ortopedista.