Icterícia Neonatal
Saiba mais sobre suas causas e tratamentos
Por Dra. Priscila Zanotti Stagliorio
Quando o bebê nasce ele lida com várias mudanças fora do ventre da mãe. Em seus primeiros dias de vida, além dos cuidados e carinhos que deve receber, é preciso observar o tom da pele da criança para identificar possíveis quadros de icterícia. Isso ocorre entre o segundo e terceiro dia após o nascimento, no qual a pele e a parte branca dos olhos ficam com tons amarelados.
Calma, não é para se assustar. Trata-se de um diagnóstico comum aos bebês devido ao excesso de bilirrubina no sangue, um pigmento normal, de tom amarelo que é gerado pelo metabolismo das células vermelhas no sangue e quando produzido além da capacidade do fígado metabolizá-lo, pode provocar a mudança na cor da pele deixando-a com um tom diferente. Geralmente inicia pela cabeça (face) e, depois, desce para as outras partes do corpo como tórax, abdômen e pernas.
Para saber se a criança está com icterícia, basta apertar (suavemente) com o dedo do adulto na ponta do nariz ou na testa da criança, que independente da etnia (raça e cor de pele), após este procedimento deve voltar a ter a mesma coloração do resto do corpo. Caso fique amarelada, pode ser indicio de um possível quadro e deve ser comunicada para o pediatra, com o objetivo de receber orientações e cuidados específicos. Há casos, por exemplo, do qual o acúmulo do pigmento pode estar acima do limite considerado norma e se torna perigoso para o sistema nervoso por ser tóxico, podendo causar lesões irreversíveis. Para evitar isso, é necessário a realização de exames laboratoriais e tratamentos intensos com uso de fototerapia (banho de luz).
Os casos mais simples podem ser cuidados em casa, após a alta da maternidade, junto dos familiares. Existem vários tipos de icterícia em recém-nascido e algumas são mais frequentes. Em todas as suas apresentações, é necessário a avaliação do pediatra. Por isso é fundamental levar o bebê ainda dentro dos sete dias de vida. Fique atento as dicas abaixo:
Incompatibilidade de grupo sanguíneo (RH ou ABO)
Considerada como a forma mais severa da icterícia, apresenta os sinais de amarelado já no primeiro dia de vida do bebê. Para prevenir a manifestação, a mãe recebe uma injeção de imunoglobulina anti-RH (RhoGAM) ainda nas primeiras 72 horas após o nascimento do bebê. Desta maneira, o bebê fica protegido da formação de anticorpos que poderiam colocar sua vida em risco.
Icterícia do leite materno:
Inicia o quadro entre o quarto e sétimo dia de vida, em cerca de 1% a 2% dos bebês que são alimentados com leite materno. Dura em média de três a 10 semanas. É considerado incomum e, também, deve ser diagnosticado pelo pediatra.
Icterícia da prematuridade:
Os bebês prematuros apresentam maior número de casos de icterícia por não conseguirem metabolizar a bilirrubina com eficiência, levando maior tempo para isso.
Icterícia fisiológica (considerada normal):
Conhecida como a mais branda de todas, acontece entre o segundo e quarto dia do bebê (às vezes ainda na maternidade) e a metade deles apresentam o quadro de icterícia por terem o metabolismo lento para a bilirrubina (pigmento natural do corpo, de cor amarela). Desaparece entre a primeira e segunda semana de vida.
Quando levar o bebê ao médico:
Como mencionado antes, é importante observar as alterações no tom de pele do bebê. A medida em que progride para outros membros (cabeça, olhos, tórax e pernas), é imprescindível a avaliação do médico para detectar qual é o tipo e cuidados que a criança deve receber.
· Se a cor amarela aumentar após o sétimo dia, leve ao pediatra.
· Não tiver desaparecido após o 15º dia de vida do bebê.
· Tiver dúvidas e precisar de orientação médica.
Sintomas:
· A pele fica com tom amarelado e o branco dos olhos também pode apresentar alterações.
· A criança pode ficar apática e com ar de doente.
· Apresentar febre.
· Falta de apetite e irritabilidade.
Tratamentos:
· A icterícia fisiológica, apresentação mais branda, geralmente some entre o quinto e sétimo dia de vida do bebê, sem a necessidade de tratamentos.
· Nos diagnósticos elevados de bilirrubina é necessário o uso de fototerapia (banho de luz), no hospital.
· O médico pode, ainda, recomendar que o bebê seja alimentado mais vezes para eliminar a bilirrubina por meio da evacuação (fezes).
· A amamentação pode ser suspendida por um período para que o quadro de icterícia do leite materno diminua. Para manter a produção de leite, a mãe é aconselhada a fazer uso de bombas.
· Nos casos extremos, considerados raros, é avaliado a troca de sangue do recém-nascido para eliminar o excesso de bilirrubina no bebê.
Sobre Dra. Priscila Zanotti Stagliorio
É médica pediatra há mais de dez anos, atua na zona norte de São Paulo, em consultório particular, no Pronto Socorro do Hospital São Camilo – unidade Santana, e na rede Dr. Consulta – unidades Tucuruvi e Santana. Em seu currículo possui diversas participações em congressos, cursos de especialização e atuações em prontos socorros, clinicas e ambulatórios médicos da grande São Paulo – Capital. Oferece curso personalizado para gestantes, com o objetivo de ajuda-las na mais importante missão de suas vidas: ser mãe. Para solicitar informações sobre o curso de gestante: priscilazs@yahoo.com.br / contato@jcgcomunicacao.com - coloque no assunto a informação que deseja saber e ou solicitar.
Colaboração textual:
Agência Informação Escrita / Agência JCG Comunicação e MKT
Jornalista Carina Gonçalves
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