Pediatra fala sobre os perigos da internet e as
 “aparições” da boneca Momo em vídeos infantis


É preciso impor limites e vigilância sobre os conteúdos vistos pelas crianças na web

Por Dra. Kelly C. O. Fardin
 Pediatra e Puericultura - CRM:113845

          Insônia, ansiedade, medo e agressividade são sintomas que não combinam com as crianças. No entanto, estas são algumas características da atualidade e, infelizmente, atinge também nossos filhos. Recentemente surgiram novos relatos de uma personagem assustadora, conhecida como “Momo”, que aparece no meio de vídeos infantis e tem provocado pavor e, até mesmo, pânico entre os pais, pois, segundo alguns relatos, ela incita as crianças a cometerem atos agressivos, suicídio e a matar outras pessoas. Realmente é algo para se preocupar e muito!

          De acordo com reportagens, a Momo aparece no meio de vídeos infantis na plataforma do Youtube Kids incitando os pequenos a cometerem atos de automutilação, suicídio e os ensina a encontrar objetos cortantes e potencialmente perigosos para ferir outras pessoas, incluindo os pais. Com tanta repercussão é natural que os pais e mães redobrarem suas atenções quanto aos conteúdos disponibilizados na ferramenta, assim como falem entre si sobre o que está ocorrendo. No entanto, especialistas no assunto, incluindo peritos do próprio Youtube, fizeram “varreduras” e buscas minuciosas na plataforma para rastrear possíveis aparições e nada foi encontrado. O Google, empresa que mantem e representa o Youtube e Youtube Kids, se pronunciou afirmando não conter nada na plataforma infantil e os supostos vídeos podem ter sido visualizados na rede “adulta”.

          Se é verdade ou não, neste momento atual, não sabemos. Fato é que esses assuntos de internet que viralizam na rede deixam nossos filhos (e nós também) amedrontados, pois assuntos como suicídio, assassinato e conteúdos impróprios vem à tona e causam furor mesmo. As crianças não possuem maturidade para discernir o que é certo ou errado. Mas o que fazer? Vejam as minhas dicas para minimizar o problema, garantir mais segurança digital e afastar nossos filhos de perigos pela web e no mundo real:

·         Não compartilhem vídeos com os personagens em questão (baleia azul, momo e outros).
·         Ensine as crianças e os jovens sobre navegação segura. Para os menores, existem aplicativos que restringem conteúdos de acordo com a faixa etária.
·         Estimulem seus filhos a relatarem quando, por exemplo, se sentirem inseguros, com medo de algo ou de alguém, especialmente quando um estranho quer conversar (pessoalmente e pela web) com ele, sem seu consentimento.
·         Entre os relatos, pais e mães dizem que seus filhos foram convidados para participar de desafios e receberam ameaças se não cumprissem as metas. Fale com as crianças sobre a importância de procurarem os pais caso isso ocorra de verdade.
·         Oriente-os para não ceder informações da família, rotina, local que frequenta, estuda ou gosta de ir com os amigos e familiares, seja pelas redes sociais ou pessoalmente.
·         Para as crianças que supostamente já viram a “Momo”, explique que não é real, trata-se de uma escultura, sem vida e não pode prejudicar ninguém. Acalme-as dizendo que o papai, a mamãe e os irmãos (se tiverem), assim como ela, estão seguros.
·         Não permitam que as crianças fiquem horas expostas ao uso de celulares, tabletes e computadores. Insira rotina e limite o uso destas ferramentas.
·         Por fim, fiquem atentos ao conteúdo ofertado para as crianças. Usufrua de atividades reais, em família e ou coletivas como jogar bola, jogos de tabuleiro e outras que possam tornar os dias mais alegres e divertidos, longe das telas de celular e computadores.


Entenda o que é a Momo:
          Criada pelo artista plástico japonês Keisuke Aiso, a Momo é uma escultura de uma cabeça e busto de mulher humana com pés de pássaro – Mother Bird (mãe-pássaro, em inglês), com um metro de altura, exposta em 2016 em uma galeria de arte em Tóquio. Segundo seu criador, foi inspirada em uma lenda japonesa de uma mulher que morreu no parto e retornou para “assombrar” as pessoas.

          Hackers e pessoas mal-intencionadas usaram a imagem da Momo (que é muito feia mesmo) para criar desafios e ameaças por meio das redes sociais, aliciando as vítimas para ligarem em um número de WhatsApp supostamente japonês e aguardar mensagens de ordens, ameaças e dicas de como se suicidar, mutilar, machucar e matar outras pessoas, incluindo os pais. Nos vídeos, a personagem mostra objetos cortantes e indica onde encontra-las em casa como, as facas, por exemplo. Até o ano passado a figura dessa personagem de filme de horror circulou entre boatos e Fakes News mundo afora promovendo medo e pânico.




Sobre a dra. Kelly C. O. Fardin: é pediatra e puericultura, com pós-graduação em Nutrição Materno Infantil, Consultora do Sono Infantil e Instrutora de Shantala. Atuou como médica pediatra e de emergência nos principais e mais renomados hospitais de São Paulo. Atualmente atende em consultório particular na Rua Voluntários da Pátria, 2128 – Sala 11 – Santana – SP – Fones: 11-2283-3865 / 11-2959-3554 / 11-98303-5786.  

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Contribuição Textual: Jornalista Carina Gonçalves – MTB 48326