Empresário aponta as principais características da política de preços do Diesel brasileiro
A cadeia brasileira apresenta a necessidade de ferramentas mais modernas
em comparação aos Estados Unidos e Europa
Segundo dados da Esalq/LOG,
o custo estimado da logística foi de aproximadamente R$ 120 bilhões nos últimos
anos. Desses números, R$ 105 bilhões foram gastos com transporte e outros R$ 15
bilhões com armazenagem. O Brasil possui dimensões continentais e as cargas são
movimentadas em sua maioria pela via terrestre, tornando os gastos com
transporte e armazenagem bastante significativos, representando uma das maiores
despesas do PIB brasileiro.
O transporte é uma parte
essencial deste segmento e também um dos maiores custos para os embarcadores na
atualidade. Quando mencionamos a cadeia de distribuição, estamos nos referindo
a todas as operações de processamento e entrega destinadas a fornecer os pontos
de venda após o processo de produção. O preço do diesel afeta diretamente toda
esta cadeia, e cada reajuste reflete um aumento no custo do transporte
rodoviário de cargas.
Para o diretor da Costa
Teixeira Logistics, Marcos Teixeira, os dados apontam uma realidade recorrente.
“O Brasil é um país de dimensões continentais onde
o principal modal de transporte é o rodoviário. Com isso a movimentação de
cargas é bastante intensa em nossas rodovias, e uma vez que nossa malha
rodoviária é bastante antiga e carente de novos investimentos, é possível notar
nitidamente um aumento constante no fluxo de veículos de cargas nas estradas
brasileiras e consequentemente aparecem alguns gargalos em função disso”,
aponta.
Atualmente, o principal
desafio dos transportadores é o de conseguir gerir de maneira efetiva os custos
do Diesel em sua frota, uma vez que o cenário brasileiro aliado a uma política
de preços de combustíveis desconexa com nossa realidade acaba tornando esta
tarefa quase impossível. “Na Europa e na América do Norte por exemplo, empresas
de transporte rodoviário contam com ferramentas avançadas, tais como a
possibilidade de fazer hedge de Diesel para se proteger das variações ou até
mesmo contando com contratos de frete separados dos contratos de Diesel”, conta
Teixeira.
“Não considero a política
de preços do Diesel errada. Países mais desenvolvidos trabalham desta mesma
forma, com o combustível variando diariamente ou semanalmente de acordo com as
leis do mercado. Acontece que no Brasil faltam instrumentos para o
transportador utilizar e se precaver destas variações constantes. [...] As
transportadoras brasileiras sequer podem se basear no índice oficial da ANP que
geralmente tem um “delay” de meses para refletir o que ocorre hoje no
mercado”, diz. Esta falta de transparência acaba criando uma queda de braço
desnecessária entre transportador e embarcador, onde o primeiro, por ser o elo
mais fraco, sempre acaba prejudicado.
O empresário ainda vê muito
a ser reparado, e aponta meios para reduzir os impactos no setor. “Seria prudente termos pelo menos um índice oficial que
refletisse a realidade ou então a adoção de uma política mais branda, com
variações pré-definidas onde o transportador possui tempo hábil para renegociar
suas tarifas de frete antes que as variações acabem com seu lucro. O maior
problema, na realidade, não é o preço do Diesel, mas sim a forma com que ele
varia e afeta o setor, o qual carece de ferramentas para incorporar
adequadamente as mudanças em sua planilha de custos”, finaliza.
Sobre
Marcos Teixeira
Marcos
Teixeira, é um exímio empresário do setor de Transporte. Atuando há mais de dez
anos, é atualmente Diretor da Costa Teixeira Logistics. Além
disso, fundou uma startup ligada ao setor, e é membro atuante do MIT
Alumni Angels do Brasil.
Fonte: assessoria de Imprensa