Fenômeno de censuras a livros é debatido no Memorial da América Latina
Série Grandes Diálogos no Memorial recebe os professores João Ceccantini e Thiago Valente, autores de "Literatura infantil e juvenil na fogueira", no dia 28 de maio em SP
Um forte incômodo que tem sido causado em pesquisadores da área de literatura pela condenação crescente, por certos grupos da população, de obras infantis e juvenis de reconhecida qualidade é o ponto de partida da próxima edição da série “Grandes Diálogos no Memorial”, evento cuja proposta é fazer reflexões oportunas sobre o nosso tempo.
A discussão sobre o repúdio a obras literárias destinadas ao público infantojuvenil será feita por dois dos autores do recém-lançado livro “Literatura infantil e juvenil na fogueira”, os professores João Ceccantini, da Faculdade de Ciências e Letras do câmpus de Assis da Unesp, e Thiago Alves Valente, da Universidade Estadual do Norte do Paraná. O encontro será realizado em 28 de maio, às 19h, no auditório da biblioteca do Memorial da América Latina, na zona oeste da capital paulista. A entrada é gratuita.
Seja por questões morais, religiosas, raciais ou políticas, é relativamente comum nos últimos anos o surgimento de um episódio em que uma obra literária infantojuvenil “vai para a fogueira". Em alguns casos, tratam-se de livros premiados em nível nacional ou internacional. Segundo os docentes, tais posturas repetem gestos irracionais, que se esperava ultrapassados, e revelam um fenômeno de censuras que está atingindo de textos clássicos a contemporâneos.
Ao lado da docente Eliane Galvão Ribeiro Ferreira, os professores João Ceccantini, que venceu dois prêmios Jabuti em 2009 (crítica literária e obra de não ficção) pela co-organização do livro “Monteiro Lobato livro a livro: obra infantil”, e Thiago Valente analisaram mais de 30 obras literárias que têm sido objeto deste tipo de fenômeno de censuras para escrever o livro. Os docentes definem censura por meio de perspectiva ampla, considerando abordagens históricas e teóricas e incluindo questões como por exemplo a autocensura e a “censura soft”.
Os “Grandes Diálogos no Memorial” reservam um espaço para a troca de ideias entre os convidados e o público presente. A duração estimada do encontro, que será mediado pela jornalista e historiadora Juliana Sayuri, é de 75 a 90 minutos. Em paralelo ao evento, um posto avançado da livraria física da Editora Unesp montado no local põe à venda títulos de livros relacionados com o assunto em discussão.
A série “Grandes Diálogos no Memorial” é promovida pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp), pela Fundação Editora Unesp (FEU) e pelo Centro Brasileiro de Estudos da América Latina, braço acadêmico do Memorial da América Latina. Outros encontros estão previstos para junho, agosto, setembro, outubro e novembro, sempre na última terça-feira do mês.
Fonte: assessoria de imprensa