Quando o
bebê chora demais, o que fazer?!
Muitas crianças
apresentam choro repetitivo, sem dores aparente,
e com isso os pais ficam sem saber o que
fazer.
Por Dra. Kelly C. O. Fardin
Pediatra e Puericultura - CRM:113845
O choro é algo que
simboliza quando algo está de errado nas crianças – seja dor, fome ou sono. No
entanto, alguns bebês, por algum motivo, tendem a exagerar um pouco neste “quesito”,
o que deixa os pais de cabelo em pé, sem falar na exaustão física e emocional. No
texto de hoje vou falar sobre “quando o bebê chora demais, o que fazer?!”.
Atendimentos:
Durante os três primeiros meses de vida
dos bebês, é comum os pais procurarem o pediatra com certa frequência, por
diversos motivos, mas cerca de 20% das consultas estão relacionadas com o choro
excessivo e muitos atendimentos ocorrem dentro do pronto socorro pediátrico e
ou no consultório. A pediatra por sua vez, com sua experiência, será capaz de
identificar as possíveis causas que provocam o choro como, por exemplo, os
estímulos externos, a fome, o sono ou dor, e a partir das possibilidades,
poderá indicar a melhor conduta aos pais – exames, medicamentos paliativos e ou
mesmo tratamentos para minimizar dores e sintomas no caso de identificação de
doenças e outras enfermidades.
Como e quando saber que o choro é sinal de algo errado?
Sabemos que o choro
faz parte da infância e não é só para caracterizar o que há de errado. As
crianças menores de um ano, por exemplo, por instinto, recorrem ao choro para representar
quando sentem fome, dor, frio, calor, cansaço e até mesmo para chamar a atenção
dos pais para receber afeto. As maiores, acima de dois anos, já sabem (como se
fosse por osmose) que o choro é uma ferramenta de negociação para conquistar o
que desejam.
Para entender melhor,
podemos classificar
o choro em três categorias, sendo a primeira como causa normal/fisiológico, que
faz parte da infância e pode ocorrer em diversas situações como frio, fome,
dor, etc. A segunda causa é chamada de excessiva, quando está associada à um desconforto
maior ou relacionado com alguma doença. Já a terceira causa, pode ser
recorrente e estar relacionada cólicas, comuns em recém nascidos e com duração
em média de três meses. No entanto, a avaliação do pediatra é necessária em
quaisquer situações de choro, em especial, para os bebês e crianças menores de
5 anos.
O que
fazer?
É importante ressaltar que, no auge do
desespero dos pais, muitos acabam (por efeito mecânico) automedicando as crianças
com analgésicos, sedativos e antigases para minimizar as causas do choro, o que
caracteriza riscos para a saúde delas, pois o choro, como já dito, é oriundo de
motivos reais e precisa ser identificado.
Dentro da literatura médica, algumas
pesquisas informam o índice de choro por hora e idade dos bebê: lactantes de
duas semanas chegam a desenvolver choro por cerca de 1h e 45 minutos; crianças
com seis semanas podem chorar por cerca de 2h e 45 minutos; com 12 semanas esse
quadro diminui para episódios de até uma hora. Como se fosse de praxe, as
crises de choro sempre ocorrem no final do dia e no decorrer da noite, com
maior incidência entre os três e seis primeiros meses de vida dos bebês, também
conhecidos como período da insônia dos pais. Calma, isso passa e sobrevivemos a
cada noite ou dia mal dormido. É apenas uma fase e ela não dura muito, mesmo
que pareça interminável.
Saiba
quais são os motivos mais comuns que desenvolvem choro:
-
Cólicas: acontece
sem motivo aparente e em bebês saudáveis, com ganho de peso normal;
-
Infecções:
infecção urinária, otite média e meningite;
-
Gastrointestinais: refluxo, constipação, intolerância a lactose ou alergia ao
leite de vaca;
-
Comportamental/ Interacional: estimulação excessiva, falta de rotina, distúrbio do vínculo
afetivo;
- Reações
a drogas: reações
a vacinas, as drogas que foram usadas na gestação (narcóticos);
- Violência/
abuso: fraturas
de ossos longos, hemorragia ocular e hemorragia intracraniana;
-
Hematológico: crise hemolítica – anemia falciforme;
-
Cardiovascular: taquiarritmia, insuficiência cardíaca congestiva.
Recomendações
finais:
Sabemos do desespero que dá ao ver
nossos filhos chorando e, ainda mais, quando não há motivos aparentes como
machucados, doenças e ou mesmo identificação da dor. O mais importante, antes
de sair correndo de casa, é manter a calma e tentar identificar os reais
motivos que causam as crises de choro. Feito isso, tente falar com a pediatra
da criança e, a partir disso, siga as recomendações da médica: levar ao pronto
atendimento, aguardar o atendimento no consultório, medicar, etc.
No entanto, quando os pais perceberem
sintomas crônicos como vômito, diarreia, febre e prostração da criança (quando não
está em suas condições normais de atividades e de alimentação), procure
imediatamente o atendimento. Vale, ainda dizer, que toda criança chora, usa
este recurso como forma de se comunicar e com o passar dos dias, meses e até
anos, tende a diminuir. Independente da fase, quando ocorrer episódios de
choro, mantenha a calma e tente acalmar a criança também para que seja possível
identificar os motivos e buscar soluções possíveis.
Sobre a dra. Kelly C. O.
Fardin – CRM: 113845: é
pediatra e puericultura, com pós-graduação em Nutrição Materno Infantil,
Consultora do Sono Infantil e Instrutora de Shantala. Atuou como médica
pediatra e de emergência nos principais e mais renomados hospitais de São
Paulo. Atualmente atende em consultório particular na Rua Voluntários da
Pátria, 2128 – Sala 11 – Santana – SP – Fones: 11-2283-3865 / 11-2959-3554 /
11-98303-5786. Facebook: @levepediatria
/ Instagram: Dra.Kelly_levepediatria
Serviço:
Dra. Kelly C. O. Fardin
Pediatra e Puericultura - CRM:113845
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Consultório: Rua Voluntários da Pátria,
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Contribuição Textual: Jornalista Carina
Gonçalves – MTB 48326